Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de Exus do dia 05 de outubro de 2024.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde.

Paz a e bem a todas as criaturas. Venha a harmonia, venha a boa vontade, venha o interesse no bem estar do outro, no bem estar do próximo, coroar todos os serviços que prestam, todos os momentos que vivem. Que possamos ter a certeza de que o que faz um espírito endividado sentir-se mais leve é o serviço que presta, é o bem que promove, porque este o liberta de toda culpa, de todo tédio.

Muitas vezes a vida do homem é preenchida por uma incerteza, por uma insatisfação, porque ele não preencheu vazios que esta vida tem. E os vazios da vida precisam ser preenchidos com significados; precisam ser preenchidos com algo que realmente os façam ter um sentido para que a vida tenha sentido. Esquece-se o homem de que ele habita o plano material, mas que não pertence a ele. Esquece o homem que ele é tão somente um passageiro, um viajor que usa um instrumento pesado para se locomover em um mundo também pesado.

Passa que vários são os apelos do peso deste mundo, mas o mundo não é mau. Tal qual uma ferramenta ou um utensílio de cozinha, por si é neutro. É o uso que fazemos deles que os tornam maléficos ou benéficos. Assim é o mundo material em que habitam, assim é o corpo que utilizam, assim são os utensílios que a inteligência do homem traduziu para o mundo Terra. É o uso que fazemos do tempo, é o uso que fazemos do corpo, é o uso que fazemos da palavra, do estudo, de tudo que vamos assimilado e acumulando, tudo isso precisa ter um sentido, mas quando o homem só pensa e só entende o que é a materialidade ele segue vazio, porque a matéria é perecível assim como o conhecimento que só é usado na matéria quando ele perece.

Porque se temos um interesse puramente material, na medida em que ele é satisfeito, passa o nosso interesse. Se tenho fome busco a comida, na medida em que estou satisfeito eu não quero mais aquela comida. Mas se tenho vontade, necessidade de conhecimento, busco conhecimento e quando eu o alcanço eu entendo que continuo precisando de mais e busco mais, porque o meu interesse não é apenas material, é intelectual, mas ainda assim é frio. Quando e sinto necessidade da beleza da alma, porque a beleza física também passa. Passa pela moda, passa pelo tempo, e tudo isso é perecível e perdemos o interesse quando algo novo acontece, mas quando busco a beleza que não esmorece a beleza que faz com que o homem se aproxime da divindade, que não é a beleza material perecível, nem está presa aos padrões materiais de beleza, temporais e passageiros. Esta sim nos completa. Como são belas as almas de todos os profetas e mestres ascencionados que passaram em vosso mundo dos quais Jesus é um deles. Mas muitos outros embelezaram o mundo com a sua mensagem e os seus exemplos. Adiante do próprio tempo deixaram mensagens que ecoam até hoje e que o homem ainda busca compreender.

Se vossa vida está vazia é porque está plena de matéria. Enquanto ela é necessária a utilizem, mas entendam que a vida vai além dela. Quanto mais enchemos nossa vida de materialidade, mais sombra temos em nosso caminho; mais sombras temos em nossas atitudes, tal qual um quarto, se empilharmos e o entulharmos de coisas que não precisamos mais, ao acendermos a luz no teto, esta pouco ilumina tamanha a quantidade de matéria obstruindo a passagem da luz. Quanto mais material, mais estamos afogados no que é ainda tosco, ainda preso, ainda primitivo, mas não estamos desmerecendo o valor da matéria. Ela é necessária, para que filhos possam, através das sensações e das emoções e das perdas e da dor e do prazer despertarem a alma, despertarem a consciência, porque a consciência nasce da diferença e do contraste do que é bom, do que é ruim, do que é certo, do que é errado, do que é justo, do que é injusto. Somente experimentando o contraste a consciência pode firmar-se no mundo e escolher.

Então bendita seja a matéria, mas também bendita seja a busca da espiritualização que o trabalho pelo outro proporciona. A preocupação pelo outro, o desvencilhar-se de tudo que é temporal e passageiro, aproveitando enquanto ali está, mas não permitindo que nos domine. Assim é a posse, assim é o dinheiro, assim são os amores possessivos, pois nada pertence a ninguém. Todos precisamos nos desvencilhar dos laços de família, porque família é a humanidade, irmão é o que passa ao nosso lado naquele momento e quando nos apegamos a laços e a títulos materializados estamos vivendo só a matéria. Honremos o passado, honremos a família, honremos pai e mãe, enquanto títulos daqueles que nos trouxeram e são a nossa ancestralidade, mas entendamos que na base de tudo todos somos filhos de uma só energia e caminhamos juntos em direção a ela. Que tenhamos em nossos pais, irmãos e filhos companheiros de evolução que com eles nos ensinam que com eles aprendemos, mas que têm suas próprias vidas a seguir. Essa liberdade dá ao homem  a leveza necessária para ver que todo ser humano é seu companheiro e pressupostamente também é seu irmão, independente das diferenças que haja entre eles. 

O respeito, o amor a toda criatura existente precisa estar presente em nossa mente a todo o momento. Então ao desejarmos paz e bem a todos os seres não estou dizendo paz e bem a todos os seres que eu escolho, mas efetivamente paz e bem a toda a humanidade. E que assim sejamos capazes de ir espalhando a nossa presença com dignidade e com amor. Sejam as figuras iluminadas de Francisco de Assis, de Benedito, de António, de madre Teresa, e de todas essas almas que deixaram no mundo a sua mensagem de doação e ai sim estaremos vivendo a humanidade que se espera. 

Nos apegamos em uma fé, nos apegamos a uma religião, nos apegamos em dogmas, nos emocionamos, mas quando a dor vem perguntamos: Por que eu que sou tão bom, que faço meu papel, que cumpro minhas obrigações? Que fé é essa? A fé é aquela que entende que seja o que for que aconteça é para o meu crescimento. Seja o quer for que aconteça é permissão de Deus. Seja o que for que aconteça é porque tenho condição de entender e ao aceitar, não passivamente, mas pedindo sempre as explicações do por que sim, eu, e através disso entender que o relógio do tempo, é um relógio que não erra. Tudo que acontece é a única coisa que poderia ter acontecido. E ao lidarmos com isso, conseguimos nos desvencilhar do peso, da dúvida e da rebeldia e vamos lidando com os acontecimentos da vida com a naturalidade que eles exigem, porque o mundo não é um mundo só de provas, o mundo é um mundo de realizações.

Que possamos realizar mais, que possamos aceitar mais, mas não a aceitação passiva e de falsa humildade, mas a aceitação que pensa, que raciocina e que diz: Se está nas minhas mãos é porque eu posso lidar com ela. Porque a sabedoria dos que nos governam é muito maior que o meu entendimento e cabe a mim aceitar, conviver, ser exemplo, produzir, e espalhar benefícios. E assim estaremos vivendo o homem que precisamos viver no mundo; que precisa de exemplos e de pessoas que modifiquem a sua vibração e tragam para o mundo mais tranquilidade e mais amor.

Graças a Deus.