A palavra Oxalá é a forma reduzida da expressão iorubana Òrisà nlá ou Òrisàálá (orixalá), que significa: o Grande Orixá. É o título dado a Obatalá para diferenciá-lo hierarquicamente das demais divindades africanas. Oxalá representa o princípio criador e formalizador das idéias, seu ambiente é o das idéias sempre criativas, é o senhor da criação e dos seres humanos, é o principal Orixá Funfun diante do qual todos se curvam em reconhecimento à sua autoridade.
Orixá funfun é o nome genérico dado a todos os orixás relacionados com a criação. Funfun é o nome yorubá dado à cor branca. A designação de orixá funfun deve-se ao fato da cor branca guardar em si todas as outras cores, abrigar em sim mesma todas as possibilidades sendo portanto a base para qualquer criação. O mais importante dos orixás da criação é Obatalá, conhecido pelo título de Orixalá ou Oxalá, o rei do alá (pano branco). Foi a Oxalá que Olódùmarè, a suprema divindade de onde tudo se originou, inclusive os orixás, confiou a tarefa da criação dos seres humanos. Suas roupas, suas comidas, seus instrumentos, tudo o que é seu é branco representando a pureza ética e moral da qual é revestido, é a pureza de seu espírito que faz de Oxalá o mais elevado dos orixás, grande entre os grandes. Na teologia yorubá ele é conhecido como “o gerado por Olódùmarè”, ele é a representação de Olódùmarè na Terra significando que todos os atributos do Ser Supremo são revelados através dele.
O poder reprodutor masculino lhe pertence sendo o sêmen é seu líquido símbolo, a sua presença viva. Oxalá é aquele que zela pela continuidade das espécies, aquele que faz o “vivo virar vários”, que “faz o estéril fértil”. Oxalá moldou o ser humano e Olódùmarè lhe deu vida através de seu sopro. O ar, a essência da vida, é o grande elemento de Oxalá. Sendo o deus do ar, os domínios de Oxalá se estendem sobre a vida e a morte pois estar vivo, respirar, ter o ar é ter Oxalá dentro de si. Quando nos falta o ar, nos falta Oxalá, nos falta a vida. Sendo o criador de todos os seres, é ele quem determina a hora da morte, é ele quem retira o sopro de Olodumaré de dentro de cada ser humano. Oxalá é o ar que respiramos, é tudo o que não podemos tocar, que não podemos ver, mas que sabemos ser essencial. É o senhor absoluto de toda existência, da vida e da morte.
Além de criar a vida e de determinar o seu fim, Oxalá tem outras atribuições. É ele que proporciona a paz; é ele quem traz o entendimento, a compreensão, o sossego, a fraternidade. Oxalá está presente nos momentos em que a calma é estabelecida. Ele rege a tranqüilidade, o silêncio, a paz do ambiente. É o orixá da ventura, da compreensão, da amizade, do fim da confusão. A ele são endereçados os pedidos de entendimento e fim de conflitos. Equilíbrio positivo do universo, é o pai da brancura, da união entre os povos. Pai dos orixás, é considerado o fim pacífico de todos os seres.
A paz e o bem estar da humanidade são as maiores responsabilidades de Oxalá, que zela por todos os seus filhos. Não é apenas o fato de ter criado os seres humanos que faz de Oxalá o pai da humanidade. É a constante proteção, seus cuidados, sua preocupação que fazem dele o Grande Pai. Oxalá é o pai que ama, que dá carinho, que aconselha e que acompanha o filho por toda a vida.
Oxalá apresenta-se em duas formas distintas e ao mesmo tempo inseparáveis: Oxalufan, contração da expressão orixá Olúfón – rei da cidade de Ifón e Oxaguian, contração da expressão orixá Ogiyán – orixá comedor de inhame pilado. Oxalufan, o mais velho que carrega um cajado para ajudá-lo a caminhar, é pai de Oxaguian o mais jovem que inventou o pilão para preparar sua comida preferida, o inhame pilado.
Quando se pronuncia o nome Oxalá, em geral, é a Oxalufan que estamos nos referindo pois Oxalufan representa a origem comum de todo ser humano, é o criador dos seres. Oxaguian é o provedor, os cultos a ele dedicados são cultos de origem agrária e relacionados ao cultivo e à fertilidade do solo.
Oxalufan enquanto pai de toda a criação, é o que traz a igualdade entre os povos. Oxaguian é aquele que introduziu a diferença, é a contradição de ser igual na essência mas diferente na aparência. A superação destas diferenças e viver em comunhão é o grande desafio imposto por Oxaguian. Este desafio torna-se evidente quando observamos os instrumentos que Oxaguian carrega: em uma das mãos a espada, na outra a mão do pilão. Representa a guerra e a comunhão, a guerra pela comunhão. Oxaguian luta para que os homens estejam unidos em torno de um mesmo ideal, para que exista o diálogo, para que o respeito às diferenças prevaleça. As disputas do cotidiano, as intrigas, as discórdias e os casos de inveja devem ser entregues a Oxaguian, pois como um guerreiro da paz, ele é o grande conciliador que ergue a bandeira no meio da guerra.
Nas festas, Oxalá é o último orixá a ser homenageado porque ele é o símbolo da síntese de todas as origens. Ele representa a totalidade, todos são seus filhos, todos são seus irmãos, já que a humanidade vive sob o mesmo teto, o grande alá que nos protege, o céu.
Oh senhor do mundo que usa alá
Faça nossa casa feliz,
Senhor e pai, dê-nos boa sorte
E faça nossa casa feliz.
Imenso em roupas brancas
Ele dorme em roupas brancas
Ele desperta em roupas brancas
Se levanta em roupas brancas
Venerável Pai! Marido de Iemanjá
Que me encanta por estar vestido de gala
É lindo o seu trono!
Cuida do ori de quem merece
Faz o estéril fértil,
Cuida do ori de quem merece
Envolto no branco do branco
Dorme no branco do branco
De dentro do branco rebrilha
Ilumina o rumo do rumo
Senhor completo
Senhor total
Pai
Ele dá a quem tem (fome) e toma de quem não tem
Fala tranqüilo e tranqüilo cala
Olha de lado sem que se veja
Retira o filho da armadilha
Desfaz a mão do malfeitor
Quando tem comida, nos dá de comer
Epa Babá!
oxala é meu orixa so iniciado no candomble 11-05-1992 so de oxalufam amo meu pai oxalufam eu vim da umbanda e amo tambem a umbanda.motumba.