Iemanjá é um dos orixás mais populares dos cultos afrodescendentes. É a senhora de todas as águas do mundo, sejam as águas dos rios ou as águas do mar. Seu nome é derivado da expressão yorubá: Yèyé omo ejá, que significa “Mãe cujos filhos são peixes.”
No Brasil Iemanjá é cultuada como a rainha do mar, entretanto originalmente na África Iemanjá era cultuada como divindade de um rio que leva o seu nome. É por isto que sua saudação é: Odò Iyá, que significa “Mãe do rio” ou então Èérú Iyá , uma saudação que faz alusão à espuma que se forma quando ocorre a junção
das águas do rio com o mar, sendo este um dos locais de culto a este orixá.
Na tradução de um de seus oriquis (versos sagrados) fica evidente a comparação original desta deusa com um rio, com o comportamento das águas e de como a presença desta força da natureza é temida e respeitada. Iemanjá representa o instinto materno, ela divide com Oxum o domínio sobre a maternidade. Enquanto Oxum é a mãe das crianças, ela é a mãe dos jovens e adultos que já formaram personalidade e individualidade. Sua função é a maternidade como orientadora, não é necessariamente a mãe que dá a luz mas a mãe que cria, pois está ligada à educação da criança, à casa e à família. Ela é aquela com o poder de transformar crianças em adultos, mesmo aquelas com menos capacidade podem ser transformadas por ela em excelentes guerreiros. Foi isto que ela fez com Omulú, que foi entregue por Nanã aos seus cuidados por ter nascido com o corpo coberto de feridas. Com seu amor de mãe o curou e fez dele um grande e hábil guerreiro de brilho tão intenso quanto o do sol. Iemanjá é mãe que não faz distinção entre os filhos, tenham ou não saído de seu ventre.
Ela poderia ser considerada a padroeira dos psicólogos pois tudo o que se relaciona à cabeça lhe diz respeito.
Ela é a dona da cabeça. O bem estar psicológico, a harmonia e o equilíbrio, a nível pessoal ou psicológico, só podem ser alcançados com as bênçãos de Iemanjá. Zelar pela família é a principal tarefa de Iemanjá. É ela quem promove a paz nos lares, mostrando que é preciso respeitar, amar e sobretudo ouvir e respeitar os pais.
Na Umbanda, é homenageada no dia 02 de fevereiro dentro do sincretismo com Nossa Senhora dos Navegantes, no dia 15 de agosto dentro do sincretismo com Nossa Senhora da Glória e recebe homenagens especiais na passagem do dia 31 de dezembro.
Reverenciar Iemanjá é ter a certeza de possuir uma mãe protetora sempre atenta aos passos de seus filhos, é saber que num tropeço da vida haverá um braço forte pronto para nos amparar. Se Iemanjá é o mar, e o mar toma tantas praias do mundo, em qualquer ponto ela assiste seus filhos, e todos somos seus filhos.
Iemanjá que se estende na amplidão
Aiabá que vive na água funda …
…Iemanjá se vira quando vem a ventania
Gira e rodopia em volta da vila
Insatisfeita, derruba as pontes …
Na terra se cala, à flor da água fala.
Èérú Iyá, Odò Iyá!
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