
Dona Magdalena: Boa tarde, como estão?
Todos: Bem graças a Deus e a senhora?
Dona Magdalena: Em Paz. Simplesmente em paz.
Que seja a paz perene, que seja a paz presente durante o tempo que for necessário na vida de cada um. O tempo necessário é o tempo em que se mantém a paz. Não confundindo paz quando nada acontece ou quando nada se faz.
A paz, ao contrario dos que muitos pensam, é ativa, é efervescente, é dinâmica. A paz não vem somente do descanso, a paz vem do dever cumprido, da consciência em paz, dos deveres em dia, porque há deveres que nunca terminam.
A paz também está no saber gozar o tempo mas, mais uma vez, gozar o tempo não é o ócio. Gozar o tempo é entender o tempo que está correndo neste momento e aproveitá-lo, porque o tempo escoa entre os dedos como areia do mar, ninguém segura o tempo. E quando sabemos disso, fazemos com que o tempo nos abençoe e abençoamos o tempo que temos e assim não ficamos esperando o tempo que queremos que chegue, não dando valor ao tempo presente. Porque para aquele tempo chegar, o tempo da tranquilidade, o tempo da paz, o tempo da solução dos problemas, precisamos viver este, porque esse tempo é o alicerce do que chegará. Então firmemos esta base no momento presente bem firme, equilibrada para que ao chegar o que esperamos que chegue, esteja solidificado, esteja bem embasado ou então, toda felicidade será como um castelo de cartas, instável.
O ser humano costuma ver seus sonhos já prontos. Um estudo terminado, um relacionamento equilibrado, a felicidade já chegando, filhos criados, uma casa comprada, quitações das dívidas e não vê o processo que precisa para chegar lá e é do processo que ele tira o aprendizado e a valorização. Porque tudo que chega já pronto, tendemos a não valorizar, pois achamos que pode vir outro, pode vir um melhor , mas quando suamos, quando colocamos nossa energia; valorizamos. Isso é importante para todos, inclusive no trabalho mediúnico, não falo só da vida material. A pressa em ter consulentes, a pressa em conhecer os guias, a pressa em riscar um ponto, a pressa em incorporar, a pressa em dar mensagens, a pressa de ter fios de contas maiores no pescoço. Aproveitem o tempo agora, isso é importante para dar o conhecimento e a base.
E a paz vem dos tempos bem vividos, a paz vem da luta constante o tempo inteiro. A paz vem em fazer pazes necessárias, a paz vem quando solucionamos as pendências que temos. Não basta só entregar ao tempo e a Deus. Entreguem ao tempo e a Deus as dificuldades de relacionamentos, as dúvidas; entreguem; entreguem-se a Deus, porque a ele cabe todo poder, honra e glória, mas principalmente, o momento presente, busquem sanear vosso mental, vossa casa mental. A paz não vem do esquecimento, porque há coisas que não se esquece; graças a Deus. Servem de aprendizado e nos ensinam a lidar, com aquilo que nos incomoda. O corcunda sabe como se deita, o aleijado sabe como caminha, todos que têm dificuldades encontram o seu modo de adaptar-se.
Então entendam, se cada vez que não conseguem perdoar, cada vez que têm dificuldades de relacionamentos, cada vez que têm raivas e mágoas, como aleijados busquem andar com as dificuldades que têm e o remédio para tudo isso será sempre a solução das pendências e resolvam agora, não deixem para depois, porque o tempo não espera por ninguém. Se não é neste tempo de agora que solucionarão, solucionarão no tempo depois, nada passa despercebido aos olhos do criador e também da vossa própria consciência, que vos cobra as ações necessárias. E fingimos que não ouvimos as vozes da nossa consciência e fingimos que não são conosco as admoestações da espiritualidade e vamos levando e vamos trabalhando. Graças a Deus trabalhem! Trabalhem, sigam trabalhando, mas haverá um momento em que a vossa própria consciência vos cobrará: “e aquela coisinha lá pendente?”. E precisará ser solucionada.
A paciência de Deus é infinita e é sempre dito: “Quem não aprende pelo amor, aprende pela dor”. De qualquer maneira a vida ensina e quando dizemos que estamos em paz é porque vamos buscando realizar os trabalhos que precisam ser feitos e principalmente internamente. Não pensem vocês que guias não têm pendências, temos outras pendências, mas existem. Também as temos e somos cobrados e Exu nos ensina isso.
Conta uma lenda de Exu, em que dois homens pediram a ele que conseguissem comprar terrenos, para que pudessem plantar e sobreviver e sustentar suas famílias. E prometeram a Exu que do ganho que tivessem de suas plantações, sempre fariam um agrado a Exu para que mantivesse as bênçãos que receberam. Exu propiciou e cada um conseguiu terrenos vizinhos, limitados apenas por um muro. Prosperaram, mas deixaram de pagar o tributo que disseram que pagariam a Exu. E o tempo passou e Exu foi buscar o que era devido. Exu simplesmente caminhou sobre o muro que dividia os terrenos, mas Exu portava um chapéu bicolor. Um lado era vermelho e o outro lado era branco e simplesmente passeou pelo muro. Os dois homens viram um homem passar. Então um disse: “viste aquele homem que passou aqui que usava um chapéu vermelho?” O outro disse: “vi, mas o chapéu era branco”. “Não, o chapéu era vermelho”. “Não, o chapéu era branco”. “Não, era vermelho”. “Não era branco”. E começaram a discutir pela cor do chapéu do homem. E aquela discussão tomou um vulto tão grande, que eles acabaram por tirar a vida um do outro e ninguém ficou com terra nenhuma. “Nossa, Exu é malvado”. “Para quê um castigo tão grande?” Passa que isto é simplesmente um mito, uma história para que pensem. Pensem sobre as posições rígidas e polarizadas. Um foi incapaz de entender o que outro via. Um não deu voz ao outro e tomando posições completamente distorcidas, excessivamente rigorosas, acabaram por perder a razão. Tudo porque não cumpriram com suas obrigações. Quando nos desconectamos de nossos compromissos, tudo isso traz o retorno, tudo isso traz consequências.
Precisamos honrar os nossos compromissos, não só compromissos financeiros ou físicos, mas compromissos com nossos relacionamentos, com nossa vida, conosco. Nossas responsabilidades não podem ser negligenciadas. E a de um médium, que é exemplo, que é o tempo inteiro visto pelo mundo material, espiritual, também precisa honrar com as responsabilidades que assumiu. Então comecem a lembrar as consultas que dão, as mensagens que recebem e que ouvem e que aplaudem e que se emocionam e que dizem que é correto, isso é um compromisso assumido.
Então honrem o perdão, honrem a palavra franca, sadia, harmonização. O cumprimento da palavra de todo aquele que quer andar na justiça, na paz e na harmonia para que Exu guardião, da disciplina e do carma siga abençoando e devolvendo aquilo que realmente vos pertence e que seja aquilo que seja bom.
Façam isso a partir de agora e harmonizem-se consigo mesmo e Exu vos beneficiará.
Axé.