
Graças a Deus filhos, bendito e louvado seja o nome de nosso senhor Jesus Cristo. Que a paz de Deus abençoe a todos os presentes, visto que estamos todos aqui com a boa vontade imperando.
Então que se possa fazer deste momento o mais proveitoso possível para cada um, para que possa, já imerso na movimentação energética no plano material, mas também intensa no plano espiritual, o homem que habita estes dois planos se fazer presente nos dois, permitir que as sensações não sejam só aquelas que os sentidos físicos trazem, mas que possam abrir o vosso potencial perceptivo para que imersos também no mundo espiritual, contribuam para o trabalho que será realizado, mas também se beneficiem, porque o trabalho mediúnico é uma via de mão dupla.
Filhos precisam compreender isso, porque há aqueles que só querem doar, “não precisam de nada”, já estão plenos, estão aqui tão somente para doar, “para praticar a caridade”, em uma, muitas vezes, falsa humildade, que na verdade mascara a soberba: “não preciso de nada, estou aqui para prestar um serviço”. E o ser humano precisa entender que o trabalho mediúnico é uma via de mão dupla.
Também existem aqueles que só querem receber: “a casa é uma casa de caridade, precisa me ajudar”; “Eu sou médium daquela casa, eu sou um contribuinte e eu preciso que me auxilie”. E nada dão, esquecendo do seu papel de veículo, de contribuidor da espiritualidade.
Existem aqueles que compreendem que ora recebem e ora dão, porque este é o fluxo natural de todos aqueles que comungam com Jesus e com todas as almas iluminadas.
O ser humano precisa entender que ele é um canal e como canal recebe e emite. Que não há mal nenhum em receber e que também não arranca nenhum pedaço se ele ajudar. Então que o médium possa entender que o papel dele de intermediário o coloca em uma posição em que ora recebe e ora dá e é justamente isso que o prepara para a vida, que o prepara para exemplificar, que o prepara para seguir adiante.
Então afastemo-nos das posições em que só queremos receber: “O caboclo falou comigo”, “aquela entidade abençoou a mim”; “Aquela casa é boa pra mim, porque lá eu consigo muita coisa”. Mudemos essa postura porque realmente, muitas vezes o caboclo fala convosco, muitas vezes o orixá vem para vos reenergizar e muitas vezes a casa vos auxilia sim, mas não é só isso; porque se eu recebo, me coloco também no papel de contribuidor, de também dar de volta, de fazer com que essa energia saudável circule. Porque se só recebemos, só sugamos e acabamos por drenar a energia do outro, mas também se só damos e nunca recebemos, acabamos por drenar a nossa energia. De qualquer maneira o destino de quem só recebe ou só dá é encontrar no futuro o deserto.
Então que saibamos usar a inteligência e nos colocar na posição de contribuidores da espiritualidade e do mundo e do ser humano, em qualquer momento de nossas vidas. E o caminho é sempre o de perguntar: “O que posso fazer?”; “Como eu posso ser útil?”. Porque muitas vezes na ânsia de querer ajudar, nos impomos ao outro, não deixamos que ele cresça e precisamos sempre perguntar: “Onde serei útil?”; “De que maneira serei útil?”. E o outro dirá: “Preciso disto”; “Preciso daquilo”; “Nesse momento, vejo que quem precisa é você.” E é assim que a vida flui, assim que ocupamos os espaços vazios que o ócio, que o medo, que a falta de comunicação proporcionam. Preenchendo estes vazios nos tornamos cada vez mais úteis e evitamos dar vazão às índoles não tão boas da personalidade.
Exercitando a humildade, exercitando a participação começamos a preencher o tempo e a mente com aquilo que é bom e que é justo e evitamos os escândalos. O que são os escândalos, senão tudo aquilo que incomoda o outro ou que leva o outro a realizar coisas ruins muitas vezes pela imitação, pelo exemplo que tem em casa ou no templo ou na vida em geral. Escândalo é tudo aquilo que faz mal a curto, médio ou longo prazo, pela incapacidade do comportamento positivo. E Jesus disse: “Ai do mundo por causa dos escândalos, mas ai aquele por quem o escândalo venha. Melhor seria se colocássemos um corda em seu pescoço atada a uma pedra de moinho e o jogássemos no mar. Ai daqueles que pelo escândalo fazem mal aos pequenos.“ Palavras de Jesus, nos lembrando da nossa responsabilidade por tudo aquilo que praticamos; nossas ações, nossas posturas influenciam o ambiente sim, influenciam as pessoas sim, não só porque podem nos imitar, mas também porque podemos estar ensinando aos que pouco sabem, aos pequenos, às crianças, posturas desnecessárias e incorretas e isso é um escândalo. Ai daquele que dá mal exemplo, ai daquele que pratica o mal e passa incólume diante da multidão. Ai daquele que pratica o escândalo, ai daquele que pratica o errado e que faz com que os outros pratiquem também. Desta forma nos policiamos, buscamos mudar nossa postura. Quando evitamos os escândalos e agimos com coerência, com alegria, com dignidade, com justiça, não estamos provocando escândalos, estamos saneando.
Então que não venha por vós o escândalo, na medida em que modifiquem o que têm que ser modificado porque já sabem o que é. Não precisamos mais apontar erros e defeitos, cada ser humano já tem um espelho onde se vê e onde percebe onde está o seu escândalo. Trabalhe nele, cultive o que é bom, faça da adversidade degrau de vossa iluminação, aproveitem o erro para encontrar o acerto, não valorizem o que há de ruim em vossa personalidade, dizendo que não conseguem mudar, porque sim, conseguem. Todo esforço vem coroado pelo êxito, não nos escondamos nas nossas dores, nos nossos defeitos, porque estamos dando exemplo ao mundo, principalmente daqueles que dependem de nós. Então é uma responsabilidade muito grande, quando nos colocamos debaixo da bandeira de Jesus, porque ele exige uma postura correta. Ele perdoa, mas ele é justo. Então cuidado. Aí daquele porque escândalo venha, principalmente quando ele tem a consciência mostrando o seu papel, porque maior é sua responsabilidade.
Abracemos com carinho e com doçura a missão da evolução, entendendo que sim temos um tempo, mas o tempo não para e não espera por ninguém. Já é hora de colocarmos em prática as verdades que sabemos que são verdades, mas que por medo, por vaidade insistimos em impormos os nossos erros e as nossas falsas desculpas, em cima dos outros, na expectativa de um perdão que só virá de dentro. Só virá de dentro porque quando me perdoo e quando aceito aquilo que eu tenho de errado, eu modifico e é isso que se espera e é assim que se evitam os escândalos que grassam pelo mundo de vocês com a bandeira de ser quem se é.
Que possamos ser quem se é, mas ser bom que se é e que possamos modificar todas as nossas dificuldades de relacionamento, de entendimento, de falta de ânimo, de falta de coragem ou até de caráter, exercitando o caráter bom, exercitando a dignidade, a humildade e a paciência.
Graças a Deus.