Mensagem caboclo Sete Flechas em sessão de Boiadeiros no dia 03 de maio de 2025.


Graças a Deus e que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome dele.

A sua promessa foi que a cada vez que duas ou mais pessoas se reunissem em seu nome que ele estaria presente. Seguem os cristãos se reunindo, em todas as formas religiosas da cristandade, em nome dele e esperamos que realmente assim o façam e não somente em uma ostentação aos olhos, posto que Jesus se faz presente quando os corações estão na sua sintonia, quando as atitudes, quando o verbo estão na sintonia de Jesus, a da caridade constante, do amor desinteressado, do perdão incondicional, essa é a vibração onde Jesus se encanta e não somente no palavreado, muitas vezes oco e vazio ou pomposo demais que não chega aos corações.

Jesus se aninha na simplicidade, não no desleixo, mas em tudo aquilo onde o amor habita há simplicidade, para que o ser humano possa dar vazão a sua essência, mas Jesus também não é só amor, carinho e compreensão, também é disciplina, também é o bom uso do tempo, o não desperdício dos sentimentos. Então muitas vezes confundimos Jesus com perdão eterno, como se pudéssemos seguir errando por toda vida, pois Jesus complacentemente nos perdoa a todo momento. Sim, nos perdoa porque reconhece a nossa incapacidade momentânea da compressão daquilo que ele representa, mas a lei do retorno se faz imperiosa e está até acima do próprio Cristo. Porque a  lei universal das criaturas receberem de acordo com o que fazem e com o que dão e do que estão preparadas, provém do criador. Pessoa com quem Jesus muitas se vezes confunde, mas não misturemos o Pai e o Filho. Jesus, sim, intercede por nós, mas as leis do universo, as leis do criador são soberanas e o ser humano precisa adequar-se a elas. Quem não se adequa pelo amor, se adequa pela dor, pela repetição constante das experiências, até que desperte no ser humano, seja pela sua inteligência, pela sua capacidade de entendimento ou pelo seu cansaço, que as leis de Deus são imutáveis, já nasceram perfeitas. E com isso dizemos que não existe erro na obra do criador, não existe erro no universo, por mais que observemos o mundo, que possamos contestar e não aceitar muitas coisas, entendamos que muitas dessas coisas que contestamos não são simplesmente a obra de Deus, mas a obra da ignorância humana, posto que não existe erro na obra da criação, tudo tem o seu lugar, tudo tem a sua utilidade, tudo tem o seu momento e o seu tempo.

Não existe criatura ou criação de Deus que não tenha uma utilidade, porque tudo nasceu para o bem, para produzir o bem e se algo não produz o bem é porque está inadequado em seu tempo ou no seu espaço. Quando as coisas ocupam o seu lugar correto, no seu tempo correto, elas produzem o bem. Seja a ameba, seja o corpo mais complexo, seja a erva Daninha, seja a árvore frondosa mais benéfica do mundo, quando mal utilizados no tempo ou no espaço produzem desconforto. O que é o desconforto, o desequilíbrio, senão a momentânea ausência de Deus, que é todo coerência, amor, organização e justiça. Muitas vezes colocamos algo ou alguém em lugar errado e aquela pessoa não funciona, não se adequa, não está pronta. Não é porque ela seja ruim, mas porque está sendo mal utilizada em suas capacidades, porque ela em outro local em outro momento despertará nela as potencialidades que possui e ela efetivamente produzirá o bem.

Não podemos pegar uma fera das selvas e jogar no oceano para alimentar os peixes pela escassez de seu alimento, porque a fera estará fora do seu ambiente, não faz parte da alimentação daqueles peixes e estaremos trazendo desequilíbrio na natureza. A natureza é capaz de se recompor e de se refazer. O excesso de uma comunidade de animais traz desequilíbrio e a própria natureza se encaminha de voltar ao seu equilíbrio. As células do vosso corpo, quando se multiplicam acelerada e demais, criam o que chamam do câncer. Do que é? Do desequilíbrio celular. Não que aquela célula seja ruim, mas ela está em desequilíbrio. Todo sofrimento, todo desentendimento, todo mal estar é fruto do desequilíbrio, da ausência da adequação daquele ser, daquela coisa, no tempo e no espaço. Não existe erro na obra de Deus, mas existe mal uso das coisas de Deus pelo homem que possui a inteligência e precisa entender que ele não é julgador da obra, mas faz parte dela. Na medida em que ele raciocina sobre a obra, em que ele produz valores, em que ele questiona, ele precisa dialogar com a natureza de forma a que ele a obedeça e siga aquilo que lhe compete seguir. Então muitas vezes julgamos a obra da criação nos sentindo merecedores disto ou daquilo, quando o que precisamos fazer é mentalizar e pensar: “O que estou fazendo aqui? Se não estou me adequando, se não estou produzindo conforto ou bem, estou no lugar e no tempo errado”.

Adequem-se e a vida começará a dar respostas. Não questionem Deus, questionem a si. Busquem Deus além do alicerce, mas entendam que o ser humano faz parte da natureza e a ela deve servir e fazer parte. Seja ela a natureza pujante de vosso planeta, seja ela a natureza humana que foi pronta, feita para o crescimento, para produzir cultura, bem estar e justiça. A cada vez que o homem não produz isto, ele não está adequado a obra de Deus. Então que seja a mediunidade, que sejam as nossas ações, que sejam nossos pensamentos sempre voltados para o que é bom, para o coletivo em obediência a uma organização, que está acima de nós. Saibamos reconhecer o nosso local na criação para que possamos servi-la, obedece-la e adequando-se a tudo isso, começarmos a ser verdadeiros cooperadores da obra para engrandecimento do mundo e coletivo.

Graças a Deus.