Sr Altair: Boa tarde! Como estão todos?

Todos: Bem, Graças a Deus!

Sr Altair: Como diria Magdalena: “Estou onde mereço, abaixo de Deus”; e assim seguimos.

Seguimos porque o tempo não para e o tempo não espera, porque o tempo sempre esteve presente nos orientando, nos observando. Foi o tempo que fez esta planta crescer, fortificar-se e buscar a luz do sol. Foi o tempo que fez cada um aqui presente chegar aonde chegou, foi impulsionando, impulsionando, impulsionando.

A flor não tem consciência, ela responde a estímulos e permitiu que o tempo a moldasse. O problema do ser humano é que ele tem consciência. Quando nasce, preso no corpo material, sua consciência está diminuta, embotada, tudo que ele é são sensações, frio, fome, desconforto, necessidades e alguém cuida dele (ou não) e ele segue com o tempo. Seu corpo responde a tudo que é necessário, sempre respondeu, desde o momento em que era um embrião. O tempo dizendo: faça isso, cresça aquilo, movimente-se, cresça; mas há um momento em que esta criatura começa perceber-se e é exatamente a necessidade que cria esta consciência. Por enquanto ele é só sensações de conforto ou desconforto, de prazer ou desprazer, mas a repetição desses momentos de prazer e desprazer começam a despertar algo, uma centelha se acende e percebe que quando há um desprazer, ele emite sons de desconforto e logo após vem uma saciedade e ele se acalma e é exatamente isso que começa a fazê-lo  despertar. É a necessidade que cria a consciência no homem. A consciência nasce do contraste, da diferença e este mecanismo segue acompanhando o homem com o tempo.

Então que possamos ser mais gratos aos desconfortos que passamos porque eles criam em nós a consciência, eles nos dão a certeza de que não somos onipotentes, eles nos dá a certeza do quão passageiros e muitas vezes indefesos somos e isso faz com que este ser consciente busque abrigo ou se fortaleça. Então o mundo, a vida não pode ser apenas, como diriam, um mar de rosas, somente agrados e prazeres, precisamos, sim, da moldagem do sofrimento porque o vosso mundo assim vibra ainda. Outros mundos, outras maneiras de criar a consciência existem, mas a lei de atração, a sintonia, os imanta a este mundo, até que a vossa própria imantação mude mas, por enquanto, aceitemos as diretrizes do mundo em que habitamos e deixemos que o tempo nos molde, deixemos que a vida nos molde porque ela é uma artesã que cria obras de arte. Então estamos todos sendo moldados para sermos o melhor que podemos ser a partir de qualquer experiência, a partir disso nos permitirmos e que a nossa consciência possa ir gradualmente se tornando solidificada naquilo que for efetivamente justo, bom e adequado.

O sofrimento é passageiro e ele somente avisa ao ser humano que ele está precisando readequar o seu rumo. Não por tirania de Deus, não por um brinquedo da divindade, mas por necessidade do ser humano e assim nos adequamos e paramos de chorar tal criança e buscamos nos fortalecer e auxiliar os mais indefesos. Essa é a lei. Se observarem a natureza tudo evolui para esta lição. O mais forte se responsabiliza pelo mais fraco, o que mais sabe, se responsabiliza pelo que menos sabe, o que tem mais se responsabiliza pelo que tem menos, não há como fugir desta matemática. Tudo que vos é dado em excesso é para ser compartilhado, tudo que vos é dado, TUDO, é para o vosso crescimento.

Então que todos os dons, todos os dissabores sejam modeladores da vossa existência.

Axé.