
Graças a Deus e que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Deus, em que se reúnem em nome de Jesus, em que se reúnem em nome de Maria, em que se reúnem em nome de qualquer profeta, que traga a verdade e consolo aos corações humanos, em nome de todos aqueles que plantam verdades e que colhem os frutos de sua semeadura.
Bem aventurados todos aqueles que têm fé, que buscam através dela o amparo, a explicação para as alegrias e vicissitudes da vida. Que a fé possa sempre alimentar o ser humano, aliada à sua companheira a ação para que possamos acreditar, mas que também possamos agir, porque a crença por si só, pouco faz, mas também a ação sem a crença, muitas vezes é vazia e falta-lhe o estímulo para seguir praticando.
Então uma alimenta a outra, mas perguntamos: Qual é o tamanho de vossa fé? Porque assim como Jesus esclareceu que se o homem tivesse a fé do tamanho de uma semente de mostarda, ele diria a esta montanha: “move-te” e a montanha se moveria. Passa que a fé do homem ainda é diminuta, menor que um grão de mostarda, porque o homem ainda busca a religiosidade, a fé, muitas vezes para saciar sua curiosidade. Existirá um mundo espiritual? Existirá um Deus? Existirá outra coisa além da matéria? Após o túmulo o que acontece? Então busca explicações na fé para que possa receber a notícia de um ente desencarnado ou de alguma coisa que a ciência não esclareça, mas ainda assim muito circunscrito, muito ligado, muito dependente das suas necessidades, do seu eu, que a fé satisfaça a minha necessidade ou a busca da cura de uma enfermidade e então vai buscando o lenitivo que muitas vezes a ciência não alcança para que a fé, para que a religião o cure, o liberte da dor e do sofrimento.
E tudo isso acende uma pequena chama, mas que precisa ser cuidada, quase que dentro de uma redoma. Então é uma fé pequena e que tem que ser protegida porque na primeira dúvida, o vento da dúvida a apaga. Então é uma fé vacilante. Qual é a fé que estamos desenvolvendo em nosso íntimo? É a fé que satisfaz enquanto eu vou recebendo os sins dos deuses e de Deus? É a fé que acredita que tudo o que eu peço acontece? É a fé que protege só a mim? Ou quando alguma coisa sai o reverso do que eu espero ou do que eu pedi eu me revolto e abandono tudo? Todas as explicações que recebi, todas as provas que tive são como fumaça e se desfazem na primeira desesperação? Esta é a fé menor do que um grão de mostarda.
Precisamos que a fé seja um pouco mais forte, não precisa ser uma intensa fogueira que tudo consome a sua volta, mas que seja a fé na chama adequada que aqueça o coração, que ilumine o caminho e que se sustente por si. Que tenha em si o combustível da pessoa que sabe que aquilo que acontece a ela é exatamente aquilo que precisava passar, é aquilo que lhe trará crescimento e não duvida porque sabe que o que vem de Deus é bom e é justo, mesmo que não entenda. E entende que, muitas vezes, os reveses da vida são coisas desta encarnação momentâneas e automáticas da lei de causa e efeito, enquanto outras, sim, vão sendo carregadas ao longo da existência.
E a fé esclarece que: Preciso melhorar-me. A fé não é aquela que diz se imponha, a fé é aquela que diz se consuma . Porque assim como a chama da vela, consome a vela, o combustível é o pavio e a própria cera e na medida em que o tempo passa a vela se consome, assim somos nós ao longo da vida, vamos nos doando. O tempo passa e exige de nós algo de retorno, seja a juventude, seja a saúde, precisamos estar com esta chama o tempo inteiro acesa e ela não pode ser débil, ela não pode ser fútil, ela precisa ser pujante, que se alimente de nós e nos dê o sustento ao mesmo tempo.
E assim poderemos mover montanhas, montanhas internas de medo, de dúvida, de inseguranças, de preconceitos, de egoísmo, de prepotência, essas montanhas a fé remove quando vivemos a fé com a intensidade equilibrada que se precisa e que ela venha através da humildade e do servir e assim entendemos o nosso lugar no nosso mundo e no planeta em que habitamos. Independente de nossa posição social, postura, hierarquia, a nossa fé nos dá a certeza de que somos simples passageiros, viajantes em um mundo inóspito, difícil, belo, interessante, mas passageiro e a fé nos faz sentir o quanto somos capazes também de erros, mas ao mesmo tempo de descobertas enormes, porque a fé nos transforma.
Que a fé nos faça seres humanos efetivamente funcionais em um mundo que precisa de carinho, de crenças que nos impulsionem ao progresso e não que nos alimentem a vaidade.
Graças a Deus.