Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de mesa do dia 23 de março de 2024.


Graças a Deus.

Amanhã comemora-se o Domingo de Ramos. E Jesus entrou em Jerusalém montado em um burrico; e todos o aclamaram, aguardando e tendo a expectativa de um rei que os salvaria do cativeiro, das dificuldades, da violência; tudo aquilo que permeava o tempo em que Jesus viveu.

Todos aguardavam um rei guerreiro, um libertador, um político e a mensagem de Jesus, a todo momento, foi a da luta contra as dificuldades internas, a ignorância, a falta de amor  prometendo a revolução na mente do homem para que o perdão, o amor libertassem, como libertam e sempre libertarão, toda criatura reinando com paz e harmonia, com fraternidade e essa sempre foi a proposta do mestre Nazareno.

Tal qual a entrada triunfante de Jesus montado em um burrico, simples e aclamado pelo povo, muitas vezes assumimos a religiosidade, o amor por um templo, a mediunidade, um orientador como um salvador de tudo aquilo que nos oprime.; tudo aquilo que nos prende ao sofrimento, mas a proposta da espiritualidade, dos templos, dos orientadores sérios é sempre a abertura dos canais mentais e do coração de cada criatura, para que cada um liberte a si mesmo pela modificação interna, pela assunção dos dons que tem para o trabalho da caridade, da libertação através da doação de si mesmo, porque não há prazer maior para uma alma endividada do que o servir.

Então que possamos revolucionar a nossa visão de salvação, não nos agarrando como náufragos a um ritual, a um momento, a uma pessoa, a um espírito, a uma casa, a uma doutrina, mas antes fazendo deles pontes para dentro de nós mesmos e entendermos que é por dentro que existe toda modificação e é dentro de nós que estão as chaves da liberdade. Da liberdade do espírito que voa quando se desfaz das dúvidas, do ego, da hipocrisia. 

Toda mágoa vem antes e nasce da vaidade; toda dor vem de um desconforto. Que possamos traçar o caminho de volta, onde é o inicio da dor e da mágoa e da ira, para sanearmos e encontrarmos ali alguém ferido em seu orgulho, em sua vaidade. Demos a ele o dom de se refazer, demos a ele carinho e paz nesse trabalho interno de entender a sim mesmo, de perdoar a si mesmo e assim a libertação se faz.

Seja o dia de amanhã vivido como receber os dons internos da humildade, da dignidade, vindos montados num burrico com a simplicidade para fazermos dele os instrumentos que abrirão os caminhos para nossa libertação e  a nossa paz. 

Graças a Deus.