Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de Boiadeiros do dia 07 de junho de 2025.


Graças a Deus filhos! Que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde. Paz e bem a todas as criaturas, paz na terra aos homens de boa vontade. Paz na terra a todo ser habitante convocado à reencarnação e que possa aproveitar essa oportunidade para apaziguar-se principalmente consigo.

Jesus, em sua vida, é um exemplo para cada um espelhar-se. Tudo o que vivenciou de alguma maneira, alegórica ou verdadeira, sempre se encaixa na vida de todo ser humano vivente. Vez por outra, as histórias das criaturas humanas tangenciam ou mesmo tocam a própria história de Jesus. O perigo de seu nascimento, o martírio dos inocentes, quantos, muitas vezes, antes de virem à luz do mundo, são também martirizados pelas opções inadequadas, daqueles que interrompem a vida antes que ela se faça? Quantos passam pelos perigos de uma infância, muitas vezes relegada, seja pela falta de estrutura mental, de estrutura física, mas também passam pela fase do aprendizado, passam pelas dúvidas: “serei realmente capaz de tal coisa?”

Existem anos da vida de Jesus que são desconhecidos a vocês, mas vos asseguramos, que passou por todas as fases que um ser humano precisa passar, posto que, para ser líder precisamos experimentar, tudo aquilo que experimentam, aqueles que são por nós orientados. Jesus experimentou tudo que um ser humano experimenta. Teve a coragem, a capacidade de baixar sua vibração, mas nem por isso foi isento de tudo que um corpo humano precisa vivenciar, em sua vida foi experimentado pela convivência com todos aqueles que ele arrebanhou para junto de si. Jesus precisou conviver com o caráter belicoso e instável de Pedro, como cada um aqui presente também, vez por outra, encontra pessoas iracundas, que tem a palavra, muitas vezes, cheia de flamas e a personalidade instável. Jesus precisou lidar com a dúvida de Thomé, e quantos de vós também lidam com pessoas que duvidam de vossa capacidade ou de tudo aquilo que as cerca. Jesus precisou lidar com a personalidade duvidosa e que esperava algo que ele não podia dar, como Judas, e a cada um dos apóstolos de Jesus coube portar-lhe experiências necessárias para a formação de um caráter, porque o caráter se forma com a convivência, com as experimentações.

Então precisamos entender o Jesus, além da religiosidade, além da magia que se coloca em torno desta figura, que realmente tinha poderes mediúnicos extraordinários, mas muito mais do que um Jesus religioso, filhos precisam entender Jesus como um ser humano. Que tipo de ser humano chega até onde Jesus chegou? Que experiências precisou passar? O que tinha dentro de si como bagagem para chegar aonde chegou? Em um momento, o próprio Jesus disse aos seus discípulos: “Sede dóceis como as pombas, mas astutos como as serpentes“. Convidando todos a um equilíbrio de caráter, de sua personalidade, de sua postura diante da vida. Sejamos leves, dóceis como as pombas que irradiam a simpatia, irradiam a paz, até irradiam delicadeza e muitas vezes fragilidade. Todos se comprazem ao ver o revoar de uma pomba e é essa ideia, de um ser humano que onde chega transmite o bem estar, apazigua e traz a leveza, mas nem por isso precisa ser tonto, não tão inocente a ponto de que a vida prepare armadilhas, astutos como as serpentes. Então que em cada momento de nossa vida sejamos e busquemos a leveza, busquemos a ponderação, busquemos a fraternidade, busquemos tudo que necessitamos ter, para que o ambiente familiar, o ambiente do templo, o ambiente do trabalho, onde quer que estejamos seja um ambiente amigável, mas jamais deixando de observar os perigos que espreitam o caminho de todo ser humano, de todo espírito em evolução.

Sim, existe a vaidade. Sim, existe a egolatria. Sim, existe a inveja. Sim, existe o ciúme. Todos esses sentimentos, muitas vezes, falhas nos caracteres, que botam em risco as missões que temos a cumprir. E ao sermos astutos, como as serpentes, não sejamos venenosos, mas saibamos nos resguardar, saibamos utilizar da inteligência, da assertividade, para que possamos nos desvencilhar das armadilhas que existem. Não para que caiamos, porque Deus não é um Deus de testes. Deus é um Deus que espera que nos fortaleçamos e tudo que é enviado de Deus em nossa vida, seja a enfermidade, seja o ganho das coisas, sejam as vitórias, sejam as derrotas, tudo vem para fortalecer o caráter do ser humano, seja para exercitar a humildade, seja para exercitar a fraternidade, exercitar o esforço, tudo é exercício.

Então ao alcançarmos o que tanto esperávamos, reconheçamos que foi Deus que nos Deus, graças a Deus, mas também nosso esforço propiciou aquilo. Então pensem sobre o que os levou a alcançar esta graça. É esse caminho do bem que precisam seguir trilhando? Tudo é para vos aprimorar o caráter, nem sempre é o sofrimento. O sofrimento, muitas vezes, é um retorno de ações para nos corrigir. Voltamos a dizer, Deus não é um Deus de testes, nem de vinganças, mas um Deus que espera que nos esforcemos, porque este é o vosso trabalho.

Assim como Jesus precisou passar por diálogos difíceis, com os doutores da época, com todos com os quais conviveu, a todo momento foi dócil e a todo momento foi astuto de forma a conhecer tão bem a si que ele não se deixava cair pelas armadilhas, que muitas vezes, a nossa vaidade nos leva a cairmos. A vaidade nos cega, a vaidade nos faz, muitas vezes, criar fantasmas que não existem. Precisamos estar muito atentos com aquilo que sussurram ao nosso ouvido. Nossos próprios pensamentos, cercados por sombras que nós mesmos criamos. Quanto mais se estuda , quanto mais se aprimora, quanto mais se evolui, maior é o perigo do assédio da vaidade. Então que possamos ser astutos, principalmente conosco, com as armadilhas que criamos para nós.

E é este o convite do próprio Jesus a dizer: “Sede dóceis o todo todo”. Porque a docilidade, a brandura sopra ao ouvido e ao coração conselhos bons, para que não tomemos decisões nem da hora da fome nem da hora da raiva. Deixemos para tomar as decisões quando estivermos com a mente tranquila. Da mesma forma que não se varre um quintal enquanto há ventania, não encontraremos a solução com a mente em desalinho. Enquanto venta em Nossa mente, enquanto está em desalinho, acalmemos o coração, entremos em oração, em prece. Sejamos dóceis para que a astúcia salutar brote de dentro de nós, das experiências saudáveis, com a sintonia com os mentores que nos orientam, porque enquanto estivermos com a cabeça em desassossego, não teremos sintonia eficaz com aquilo que for justo, que for bom.

Que Jesus nos lance ao mundo, esteja sempre conosco nos lembrando da necessidade da doçura, mas com ela aliada a astúcia principalmente dentro de nós mesmos. Porque reconhecer o inimigo externo é muito mais fácil do que reconhecer os inimigos internos com quem, muitas vezes, convivemos, dormimos, acordamos e criamos verdades que não existem.

Então que a paz e a sabedoria de Jesus nos auxiliem a desvendar, a dissipar a névoa para que possamos ter passos mais firmes no destino que nos aguarda que é o da fraternidade e da harmonia em todo momento.

Graças a Deus.