
Graças a Deus e que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos. A paz dele e a paz de todos os espíritos que buscam o engrandecimento da humanidade, que buscam através de sua vibração e de sua exemplificação o crescimento das criaturas de Deus. Seja toda forma de manifestação benéfica, salutar, satisfatória entre nós nesta manhã.
Regozijemos, estejamos alegres; porque estamos cumprindo ciclos anuais de renovação, de votos e de energias, de aprofundamento de nossas raízes no terreno sagrado de nosso templo. Que possa estar sempre alimentado de esperança, de fé, de caridade, de tudo aquilo que for pródigo e benéfico para alimentar de volta vossa estrutura mediúnica, vossa estrutura mental para seguirdes sendo templos de harmonia, receptáculos de paz e transportadores disso tudo. Tal qual uma árvore em que seus galhos se alongam para o mundo e que oferecem folhas, frutos e flores, sejam filhos tais quais estes ramos oferecendo o que de melhor têm, porque também retiraram de onde melhor há, de solo saudável. Tal qual disse Jesus, que somos as varas, de onde a seiva principal sai, sejamos tal qual as varas que irradiam toda essa beleza, mas é necessário que filhos estejam sintonizados e harmonizados, porque uma vez que a folha se desprende da árvore e a cada vez que um galho é retirado da árvore, seja porque razão for, é importante que se mantenha a sintonia, se mantenha a harmonia e uma vez também compromissados com tudo aquilo que aqui está, que sigam fazendo com que este compromisso seja válido, para que vossos ciclos se renovem e possam fazer cada vez mais bem a cada um de vocês.
É importante ter o templo como uma fonte de onde bebemos, de onde nos alimentamos, mas é importante seguirmos a vida como ela precisa ser vivida. Sempre tendo a consciência de que estamos em um mundo onde a materialidade se faz presente. Um mundo onde o corpo é pesado, tem necessidades de alimentação, de repouso, de sustento, de manutenção. Uma vez imerso na carne o médium tem que entender que ele é um espírito e como espírito está sintonizado com as coisas do espírito, com seu passado, com seus compromissos energéticos e cármicos, mas também está imerso na carne; então sofre influências de dois mundos, tanto o mundo material, como o mundo espiritual. Uma vez liberto deste corpo pesado começa a desvencilhar-se e aproxima-se de sua essência, sem a interferência da carne, com a sua personalidade o influenciando, mas enquanto na carne este passado é embotado, mas sabedor de que vez ou outra influencia em sua vida. Queremos dizer que vivam a vossa vida material sim, mas saibam que têm compromissos espirituais que vos cobram através das várias formas de relacionamentos que travam, que aparecem, de energias que existem, mas não façam disso um fardo ou uma bandeira para justificar qualquer anomalia de caráter. Uma vez que estamos vinculados a um templo e esse templo nos faz bem, o exercício do caráter se faz presente, para que neste saneamento consigam desvencilhar-se, para que possam ficar mais leves. O exercício é do médium. A casa é boa, toda casa é, mas o compromisso do médium consigo para que possa encontrar com mais presteza tudo aquilo que tem que encontrar, que está destinado a qualquer criatura de Deus.
Todos os filhos de Deus, toda a humanidade tem um destino que é a leveza do espírito, mas várias são as trajetórias para que esta leveza chegue. Muitas vezes é preciso ficar ruim pra ficar bom, mas nem todos precisam passar por este caminho. Não precisamos cumprir ou repetir erros dos outros, precisamos fazer o nosso caminho. Uma vez sabendo aonde temos que chegar, podemos fazer a nossa estratégia de como chegar lá. Nem sempre é só o sofrimento, a alegria também nos faz bem e nos ensina, mas enquanto o ser humano seguir se envolvendo com erros, esse erro será cobrado, o erro precisará ser acertado, mas uma vez sabendo que erramos temos que acertar novamente, por que não acertar desde o início? Por que não deixar para que o erro seja um erro comum dos que estão aprendendo? E não dos que erram por saber que estão errando? O compromisso é muito maior, o resgate é muito mais intenso. Então quando já temos acesso a informações importantes para nossa evolução é importante que sigamos o que tem que ser feito e não ficarmos culpando a Deus, a espiritualidade pelas vicissitudes pelas quais passamos.
Perdão. Perdão não é um sentimento; perdão é uma decisão. Perdão precisa ser assumido como a necessidade de seguir adiante. Se ficarmos esperando a emoção nos levar ao perdão, poderemos ficar eternamente repetindo erros e paralisados em momentos que só nos fazem mal. Quando decidimos perdoar para seguir adiante, deixamos de culpar os outros por aquilo que passamos, deixamos de encontrar razões para ficarmos nos ciliciando. Decidimos perdoar porque precisamos ir adiante ou então estamos presos porque gostamos do sofrimento. Sim, porque existe prazer no sofrimento. A consciência se culpando, porque isso, porque aquilo, mas quando entendemos que tudo isso não nos leva a nada e é perda desnecessária de um tempo valioso de evolução, decidimos seguir adiante e deixamos que as pessoas, os momentos se vão no tempo e nós seguimos a nossa estrada, permitindo que a lei da sintonia faça com que almas afins se encontrem, porém mais diáfanas, mais experientes, mais prontas para relacionamentos saudáveis. Então não encontremos mais culpa em ninguém, muito menos em nós, porque se ela existe basta que sigamos na busca da correção. O perdão é uma decisão que precisa ser tomada, então que saibamos desta responsabilidade e encontremos o momento de fazê-lo. Decisão de progredir, de deixar de agir como crianças, de deixar de agir com infantilidade. É necessário, o corpo pede, a mente exige, o tempo urge, então que o médium sabedor e que se alimenta dessas informações tão profundas, deixe de lado as reclamações e assuma o compromisso consigo.
Os rituais que fazemos buscam isso, marcam o tempo. Porque se oferecemos flores à Iemanjá no ritual de praia do ano tal e pedimos equilíbrio, paz, paciência. Passa mais um ano, oferecemos mais e pedimos equilíbrio, paz e paciência. E passa mais um ano e pedimos a mesma coisa. Enquanto seguimos pedindo a mesma coisa ao longo de tanto tempo; ou o Orixá não está nos escutando ou nós não estamos obedecendo e escutando o Orixá. Aqueles que se filiam à religiões que cultuam Orixás precisam melhorar-se, precisam absorver os valores de justiça, de harmonia, de irmandade, de coerência, de saúde mental, física e espiritual. Precisam; o orixá exige. O culto ao Orixá não é somente manifestado através de seu corpo e sentir-se bem e exibir suas guias e sua dança com vaidade, isto não é cultuar o Orixá. A cultura ao Orixá é uma transformação interna, intensa que faz com que a pessoa se liberte dos vícios, dos vícios do ego, dos vícios de caráter. Cultuar Orixá é tão sério quanto a própria evolução. Então que possamos ter isso em mente. Enquanto nossos pedidos se repetem ao longo dos anos, não estamos cultuando Orixá direito. Ele está lá, mas a vivência com o sagrado precisa ser transformadora e se ela não nos transformou é porque nós não permitimos ainda. Porque Orixá existiu, existe e existirá através do tempo e muito tempo depois de nós. Cabe a nós chegarmos até ele para que possa haver essa profunda transformação em nossa existência.
E no ritual de hoje em que Iemanjá está presente, senhora dos oris, a protetora dos oris, que possamos nos irmanar com essa energia. Todas as cabeças já se encontram sendo mexidas, principalmente os que têm suas quartinhas já feitas ou recém preparadas, mas todos têm essa sensibilidade. Então que possamos reviver este momento, permitir que o ori seja aberto, suas curas possam ser novamente ativadas. Que cada Orixá composto em cada ponto de vossas cabeças seja presente e que possa de acordo com seu ponto específico, com sua energia adaptada ao vosso corpo material, ao vosso corpo espiritual, à vossa estrutura energética, alimentar-vos e seguirmos adiante. Precisamos honra-los, não basta ser filho só do seu primeiro Orixá, honrem todos aqueles que fazem parte de sua coroa, cada um tendo uma função. Então que possamos saber ser templo, ser receptáculo. Há muito mais nos detalhes do que simplesmente o olho vê. Sejamos sensíveis às sutilezas da espiritualidade para que cresçamos em conhecimento e em paz. Muitas vezes nos apegamos à forma, somente ao que é visto pelo olho e esquecemos do que fala ao coração. Que possamos entender as sutilezas de estar com a divindade e através daí nos aproximarmos dele com delicadeza, com simplicidade e harmonia.
Graças a Deus.