
Graças a Deus.
Que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde, em que se reúnem em nome de Jesus, para mais uma prática de vossa religiosidade, de vossa fé através do exercício mediúnico dentro de um templo de Umbanda. Possam filhos estarem conscientizados, trazendo dentro de vossas mentes o papel a que se propuseram quando disseram sim à vossa mediunidade, na forma em que vêm praticando, na forma em que vosso templo vos propicia esta prática, para que possam efetivamente mergulharem e submergirem na prática saudável de uma mediunidade equilibrada que busca, através desse exercício, a contemplação de si, mas não a contemplação vazia do simplesmente afirmar-se quem sou eu, porque filhos estão deturpando a noção do auto conhecimento.
Auto conhecimento não é só olhar para si e ver o que se tem de bom e exacerbar o que se tem de ruim, porque “estou me auto conhecendo e preciso ser quem sou”. Não; o auto conhecimento não é alicerce para exercitarmos nossos vícios e nos colocarmos acima de outras personalidades, onde ego começa a brigar com ego e que cada vez mais se dissolvem as famílias em nome do “estar me sufocando”, em nome do “preciso ser quem sou”, em nome do “só quero fazer o que eu gosto”. Estamos criando monstros quando simplesmente queremos ser quem somos, porque o ser quem se é, exige que se conheça efetivamente o que se é e a que nossas posturas e ações levam. Porque tão somente admirar-se no espelho e gostar dos vícios não é auto conhecimento, é egoísmo.
Então precisamos realmente conhecermos a nós mesmos e, ao olhar a sujeira que temos, não colocá-la para debaixo do tapete com uma desculpa que “meu pai é culpado por isto” ou “minha família me fez assim”. Não. Uma vez visto o que tem que ser corrigido ou curado ou sanado, efetivamente cura-lo e sana-lo e exercitar o que tem de bom. E para isto existe uma das ferramentas chamada exercício mediúnico que é a prática da caridade, que é observar através da convivência com o outro, que por mais que se tenha problemas, e problemas todos temos, por mais que se tenha dificuldades, é um exercício da personalidade educadora que vai ao mundo e faz o mundo ser melhor e que soluciona os problemas não só do mundo mas também os próprios, porque colocarmos os nossos problemas como medalhas ou como bandeiras da nossa ociosidade não nos leva a nada.
É preciso que o ser humano se coloque descalço, humilde, nu diante de si e diante da divindade para que, uma vez completamente transparente, possa efetivamente juntar os cacos que ainda prestam e formar uma personalidade mais adequada à necessidade do mundo de hoje que é a de ser seres humanos funcionais, porque o ser humano cada vez que se isola em si, à guisa de se auto conhecer, não funciona mais em sociedade, não quer mais dividir, não quer mais ouvir críticas. É preciso que o ser humano funcione e o funcionamento na sociedade se dá através do bem que se faça.
O mundo está carente, vosso mundo está doente, pleno de pessoas enfermas na sua saúde física e na sua saúde mental e o isolamento que vem acontecendo em vosso mundo é um sintoma muito sério de que o ser humano está adoecido. Então é preciso que se revifique a família, qualquer tipo de família, mas a família que dialogue, a família que se sinta bem consigo mesma e que possa curar-se a si. Não eleger um ente familiar doente para ser aquele que carrega todo o problema da família, mas sim, aproveitar a oportunidade que reencarnação traz para que possamos através da convivência, que a reencarnação propicia, sanear os nossos relacionamentos. Jesus respondeu: “Quem é a minha mãe e quem são os meus irmãos?“ Uma vez questionado quando pregava para uma multidão e lhe disseram “vossa família, vossa mãe, vossos irmãos vos aguardam lá fora”. E ele respondeu: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos”, revolucionando, em seu tempo, o conceito de família porque os laços da consanguinidade dão a cada um a oportunidade de exercitar autoridade e fraternidade, mas em verdade, em verdade vos digo, família é toda a humanidade, família é quem está mais próximo, família é quem está realmente comungando com os nossos pensamentos e com nossas ações e que nos auxilia porque não adianta ter laços de sangue e nada fazer para auxiliar o crescimento do outro.
Então que possamos repensar a nossa função no mundo, que o médium possa entender que a sua mediunidade não é só para ele, mas que ele tem que servir cada vez mais. Não servir arrastando problemas que não são seus, mas servir principalmente sendo exemplo. Se é devoto de uma entidade, se é devoto de um Orixá, o que esta entidade, o que este orixá representam? Eu preciso estar sintonizado com isto para que efetivamente minha fé valha a pena e que o legado que eu deixarei no mundo, o rastro que deixarei no mundo, seja o rastro de um ser humano que buscou evoluir e não tão somente passar no mundo arrastando os meus problemas.
Que a mediunidade seja oportunidade de trabalho, de refazimento e de cura íntima através do trabalho para com o outro saneando os relacionamentos e fazendo de si um portal onde a espiritualidade sadia se faz presente e unifica o mundo.
Graças a Deus.