Mensagem caboclo Sete Flechas em sessão de pretos velhos no dia 10 de maio de 2025. Homenagem aos Pretos Velhos.


Graças a Deus filhos, graças a Deus e que paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que, mais uma vez, se reúnem em nome de Jesus e, segundo a promessa do mestre de Nazaré, todas as vezes em que pessoas se reúnem em seu nome, ele se fará presente. Essa é a assertiva de Jesus, essa é a expectativa de todo povo cristão; de que essa presença se faça e se faz sempre que os corações efetivamente estão vibrando na sintonia de Jesus. Porque em vosso mundo, vossa ciência já comprovou que os semelhantes se atraem, então que para atrairmos Jesus e sua vibrações, o homem, o ser humano encarnado precisa estar com seu coração e com sua mente vibrando uníssonos entre si, harmoniosos entre si, mas também na harmonia que se espera da chegada de Jesus: Fraternidade, Disciplina e Amor. Então não adianta montarmos um templo baseado na vaidade, na separação, na falta de disciplina, na falta de união, Jesus não se fará presente em um ambiente assim.

É necessário que o homem prepare a sua casa interna e também externa, sua convivência para que a presença de Jesus seja sentida. O bem estar que se transparece no olhar, a presença que transforma tudo pelo simples ali estar. A pessoa que contamina o ambiente de maneira positiva pela sua simples presença, porque irradia dignidade, irradia paz, irradia transformação e precisamos nos transformar para manter aquela pessoa junto de nós, pois ela nos convida à melhora e assim buscamos ser, um exercício contínuo de melhora para que se faça presente a harmonia de Jesus.

Disse-nos, antes da despedida aos seus discípulos: A minha paz vos deixo, A minha paz vos dou; não é a paz do mundo, posto que o mundo não tem paz, mas a paz de Deus. O que é a paz? O que é essa palavra que muitas vezes está esvaziada, simbolizando simplesmente o nada fazer, o ócio, a mente vazia, isto não é a paz. A paz precisa ser conquistada, a paz é o resultado de um trabalho voltado para aquilo em que acreditamos. Se acreditamos que precisamos estar saudáveis, precisamos lutar pela saúde, cuidar do corpo, cuidar da mente, porque a saúde é um estado que engloba bem estar físico e mental. Não adianta um corpo são com uma mente destruída e também uma mente destruída poluirá todo o corpo. A saúde envolve o englobamento de atitudes, de situações, de hábitos para que seja alcançada. A paz também; a paz se encontra quando cumprimos com o nosso dever; quando estamos agindo e vemos o resultado daquilo que plantamos e que esperamos que aconteça e porque enquanto não acontece, a paz não chega, a felicidade não vem, a insatisfação ainda está ali. Isso é a paz, é algo porque se luta, mas se luta não no sentido de brigas e de discordâncias, se luta no sentido de se preparar, no sentido de buscar aquilo com toda as ferramentas necessárias e voltadas para o bem. Porque a paz só acontecerá quando houver o bem para todos, assim como também a paz interna, a paz de espírito só chegará quando estivermos com o edifício da mente bem construído e bem alicerçado.

Muitas vezes o homem quer modificar-se radicalmente, sabe dos seus defeitos, sabe das suas dificuldades e busca de maneira radical e abrupta modificar-se. Acontece que até para com os nossos defeitos precisamos ter carinho, porque se atacarmos um defeito que faz parte de nosso alicerce estrutural, podemos desabar, porque estaremos tirando o alicerce que nos sustenta. Até nossos defeitos precisam ser observados com carinho para que possamos atacá-los e cuida-los gradativamente. Porque se temos a vaidade como um alicerce de nossa essência, se atacarmos a vaidade, perderemos a nossa essência, não saberemos mais quem somos. Precisamos  criar um outro alicerce, quem sabe o da simplicidade, quem sabe o do verdadeiro amor próprio, o que não compete com o outro, o que não fica inseguro diante do outro. E na medida que esse alicerce for criando poder e for criando bases e nos sustentando, aí sim, podemos gradativamente aplacar a vaidade. Da mesma maneira, o egoísmo, muitas vezes o egoísmo é aquele que nos sustenta, que nos faz ter vida e pelo qual somos reconhecidos, precisamos então criar um outro alicerce, do altruísmo, alimentá-lo gradativamente, para depois então, cuidar, ir aplacando e diminuindo o egoísmo, porque nossos defeitos precisam também ser observados com carinho, isso é auto amor, não é alimentá-lo, mas é reconhecer que a mudança se faz gradativa, a mudança se faz pouco a pouco. E assim também é a paz, precisamos ir gradativamente alimentando os valores que realmente fazem bem , porque a paz só virá na medida em que eu promovo o bem. Se eu vivo a minha vida para me destacar diante do outro, o que sinto não é paz, é orgulho doentio.

A paz só vem quando praticamos e distribuímos o bem, quando praticamos a caridade de auxiliar o outro, de dar aquilo que há em nós e não aquilo que detemos temporariamente. A pura prática da caridade não traz a paz como filhos pensam, porque pensam que para alcançar a paz tem que praticar a caridade, então tenho que doar dinheiro para esta instituição, tenho que dar dinheiro para o pobre, tenho que dar roupa que não uso mais para o outro. Desta forma eu estou somente administrando bens porque nada disso me pertence. No dia da partida para o mundo espiritual, o dinheiro fica, a roupa fica, não levamos nada.

Precisamos doar para o outro aquilo que levamos conosco, distribuir para o outro aquilo que efetivamente é nosso, a parte boa do nosso caráter, exemplos bons, amor, dignidade, fraternidade, harmonia, exemplificação para o bem e não aquilo que faz mal ao outro. Não é o egoísmo, não é a raiva, não é a mágoa, são os nossos valores positivos que precisamos desenvolver, aprimorar e deixar no mundo essas marcas e aí a paz chegará e aí a paz virá e será saciada porque estamos sendo a nossa melhor parte, deixando no mundo o melhor que somos e assim vamos aplacando a ignorância, o egoísmo, a maldade e fazendo que o mundo e as pessoas sejam expostas ao que é melhor de nós.

Graças a Deus.