
Graças a Deus e que a paz de nosso senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem em nome de Jesus, para a vossa prática regular, semanal, de encontro com a espiritualidade através da mediunidade, através do ritual.
Filhos a todo momento em contato com a espiritualidade, filhos não precisam de rituais, de momentos específicos para o contato com a espiritualidade. A mediunidade é dom que graça a todo momento no ser humano, mesmo adormecido, desconectado temporariamente de seu aparelho físico, segue o homem exercitando a mediunidade, segue o homem em contato com o mundo espiritual ainda mais liberto. Os momentos de êxtase mediúnico são os em que se espera que haja uma conexão voluntária com o ser humano e a espiritualidade. Seja a espiritualidade que este opte, porque também existem vários outros contatos com o mundo espiritual, mas desde que abre seus olhos para o dia e entre o momento em que cerra seus olhos para a noite, o homem é o tempo inteiro bombardeado por informações do mundo espiritual e muitas delas que ele mesmo provoca através de seus pensamentos e de suas atitudes.
Já vos falamos extensamente que a oração não é só aquela proferida com palavras ritmadas e ordenadas e decoradas ou mesmo aquelas que se profere do coração em momentos de oração. A postura do homem é uma oração, o seu pensamento é uma oração e toda oração tem resposta, não existe oração que não tenha uma resposta, ela pode não ser imediata, mas ela terá a sua resposta. Então que possamos ter isso sempre em mente, é necessário que o homem honre a sua existência através de orações que façam com que ele esteja em contato com seres que estimule com que seja pacificador, com que seja útil, com que seja honesto, com que seja justo, com o que seja bom, para que assim esteja imantando-se, harmonizando-se o tempo inteiro, com as coisas de Deus, para que assim a sua responsabilidade para consigo seja também honrada, seja acarinhada.
O progresso é lei universal, não existe criatura que não progrida. Uma a passos mais lentos outra a passos mais rápidos, outras a passos medianos, outras estacionam mais do que as outras, mas o destino de toda a criatura de Deus é a evolução. Do verme ao homem não existe pulsação de vida que não tenha a centelha divina e que essa não vá florescer. Sim, renova-se, recicla-se, nasce de novo, mas o destino de toda forma de vida é a evolução. E não somente a evolução humana como vosso preconceito preconiza. Deixemos que Deus se manifeste nas suas várias formas e que o tempo seja o senhor da razão. Não existe pressa do criador para provar a sua presença, para provar a sua essência porque este é inextinguível, sempre existiu, sempre existirá. Passará o homem, reencarnará muitas vezes, nascerão culturas, morrerão outras e Deus permanece irradiando a sua presença no mundo, apesar da ignorância, apesar da treva, apesar das guerras, do egoísmo, da maldade, Deus está acima de tudo isso. Não se envolve com a pressa do homem, com seu egoísmo, com a sua pequenez, se encanta com sua humanidade, com sua capacidade de sintonizar-se com ele e sabe que aqueles que ainda não o fizeram, o farão. Aguarda pacientemente enquanto nesse caldeirão, que é a evolução, o homem se debate. Debate-se menos quando está de acordo com as leis universais, debate-se mais quando foge do que é a lei, até que o cansaço, até que a correção venha e a sua consciência desperte.
E neste processo, o homem precisa honrar a sua passagem pelo mundo. Precisa não abandonar a sua consciência ou a sua memória e observar através da linha do tempo, por cima dos seus ombros, na estrada que caminha, honrar todos os passos que caminhou, inclusive os dos erros, pois foi aí que ele mais aprendeu. E muitas vezes, com tristeza, se observa que pessoas que atingem um grau de entendimento se afastam do mundo como se já estivessem cansadas da labuta, como se já não merecessem mais estar em contato com o pecado ou com o erro e seguem apontando nos outros os erros que elas mesmos cometeram. Seguem no erro. Precisamos entender que quando atingimos maturidade, conhecimento, aí é que está a hora de trabalharmos mais ainda com aqueles que ainda não conhecem. Aí é que está a nossa oportunidade de praticar o conhecimento e não nos enclausurarmos em nossa essência purificada e deixar que o mundo siga se debatendo. O mundo precisa de trabalhadores, de missionários abnegados, porque assim como Jesus não veio para os sãos, os médiuns também precisam entender que não vieram só para veicularem, canalizarem, mensagens purificadas de anjos. Precisamos colocar o pé no chão e a mão no trabalho para que então nos fortaleçamos em nosso caráter, dignificando a nossa estrada.
Que possamos abraçar o trabalho com carinho. O mundo precisa de trabalhadores e cabe àqueles que têm mais conhecimento responsabilizarem-se pelos que menos têm, não direcionando sua vida, não modificando sua vida, não impondo-se em sua vida, mas sendo exemplo, impedindo a ignorância de florescer, dando oportunidade para que o conhecimento se faça presente. Entendendo que precisamos dosar a nossa presença na vida do outro, assim como também temos que dosar o conhecimento que passamos para outro. Entender o momento que a pessoa está de absorver aquele conhecimento ou não, porque a pressa de conhecer também é erro. E cabe aqueles que já trilharam essa estrada se fazerem presentes como pais e mães que educam. Somos responsáveis por quem sabe menos do que nós, assim é ao ciclo da vida. Animais na floresta inconscientes de sua identidade, protegem os idosos e os novos porque têm responsabilidade, porque têm mais força e mais conhecimento. Façamos o mesmo em nossas vidas por todos aqueles que estão abaixo de nós em conhecimento, em força, em capacidade, nos responsabilizemos pelos menores, pelos pequeninos, porque assim estaremos cumprindo o nosso papel e não nos enclausurarmos em nosso saber e deixar que o mundo siga debatendo-se na treva.
Sejamos luz também, com uma grande dose de humildade porque sabemos que quanto mais sabemos, menos sabemos. Entendemos o quanto Deus é enorme, o quanto Deus se espalha em todos os cantos, ocupa todos os espaços e a nossa pequenez não consegue compreender a grandeza e a velocidade da luz da Divindade. Sejamos pequenos e sigamos trabalhando porque este é o nosso papel. Este é o nosso papel, jamais estacionemos, façamos com que a nossa presença seja de bem estar e não como aquela gota de limão que talha todo o leite e separa toda a sua estrutura. Sejamos aglutinadores. Façamos por onde que de nossa essência, de nosso forno interno, consigamos atrair as almas que precisam de nossa luz, com humildade, com sabedoria, mas também somos luz e que possamos utilizá-la para beneficiar a criatura. O forno não se impõe a ninguém, as pessoas chegam a ele, sejamos assim, carregando o nosso conhecimento, espalhando benefícios e permitindo que a lei da sintonia aja. Uma vez que pertencemos a um local, nossa responsabilidade está ali.
Graças a Deus.