
Graças a Deus e que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos. Todos vêm portando Jesus consigo, muito além dos símbolos cristãos, muito além das faces e da fala cristã ou dos ornamentos cristãos. Que possamos trazer Jesus em nossas ações, em nosso pensamento, em nossa fala, para que vivendo Ele em nós; sigamos espalhando benefícios no mundo, livres do egoísmo.
Em seu Sermão da Montanha disse Jesus: “Bem aventurados os mansos porque herdarão a terra. Bem abençoado os pacificadores porque serão chamados filhos de Deus“. Para sermos pacificadores, para sermos mansos precisamos trazer essa figura dentro de nós, precisamos exercitar diuturnamente a experiência do ser como Jesus, não ser Jesus, porque cada um tem a sua essência, mas o caminho já está delineado para que possamos seguir e alcançá-lo. E nesta viagem do seguir Jesus, na bagagem, não tem espaço para o egoísmo. O que é o egoísmo senão o espesso nevoeiro que envolve a pessoa, impedindo-a de ver além dos seus próprios desejos e das suas necessidades.
É claro que todo ser humano tem necessidades e tem desejos, mas não podemos confundir o auto cuidado, o auto amor, o auto carinho, com o egoísmo. Existe um limite tênue entre o que realmente é necessário pra nós e o que estamos fazendo com o tempo que temos, para não nos dedicarmos ao outro, para que possamos fazer com que nossas consciências e tudo aquilo que habita em nós, possa se transbordar em benefícios para o outro.
Imaginem que alguém que plante milho, que tem uma roça bem cuidada, seu plantio bem cuidado, bem feito, todo um carinho para com a sua plantação e a terra responde com pujança, a terra responde com força e com abundância. Aquele que plantou milho se alimentará não mais do que de duas ou três espigas talvez por dia e o que fazer com todas as outras? Poderá, sim, dizer, que precisará vender para o seu sustento, mas venderá todas? Não restará uma ou outra? Quantas pode doar para quem não consegue comprar? Ou ao menos fazer o escambo necessário para que possa a sua dieta ser mais completa e fazer um escambo com aquele que planta cebolas ou que planta frutas? Dizemos isso porque o que trazemos conosco de aprendizado, de conhecimento, aquilo que produzimos não é nosso, não é só nosso. Precisamos fazer com que essa energia circule para que o mundo possa crescer, florescer em harmonia, em benesses e não se alcança a felicidade, não se alcança harmonia enquanto estamos envolvidos no espesso nevoeiro do egoísmo que somente a luz do amor pode dissipar para que possamos ver tudo ao nosso redor.
Na medida em que saímos da noite escura e a manhã é permeada pela névoa intensa, a medida que o tempo avança e que o sol se fortalece conseguimos ver o que está nos esperando ao longo do dia. Esse é o ciclo da vida, observemos a natureza para que aprendamos. Nascemos imaturos, de pouca consciência e de pouco conhecimento, mas a vida na medida em que vai fazendo a sua alvorada e a consciência vai tomando forma dentro de nós, começamos a dissipar. Já percebemos o que é necessário fazer ao longo do dia para que o entardecer de nossa vida possa ser tranquilo, possa ser realmente o momento do nosso descanso e olharmos para traz, no tempo e observarmos que o dia, que a vida foi produtiva, para que possamos viver cada dia de nossas vidas com orientação e com cuidado para que saíamos do espesso véu do nevoeiro do egoísmo.
Porque cada um tem a sua essência, como uma bela obra de arte pintada pelo maior artista, Deus. Cada ser humano em si é uma obra de arte de Deus, mas as obras de arte precisam ser valorizadas pela moldura. Uma obra de arte não pode ficar só sem aquilo que a enquadra, sem aquilo que a embeleze, que arremata a sua beleza e o egoísmo, a avareza são molduras baratas que empobrecem a obra e a desvalorizam.
Então que possamos emoldurar a obra de arte que Deus nos deu com as molduras da beleza da alma para que não briguem com a figura em si, mas tão somente a arrematem e a valorizem e fazemos isso saindo do nevoeiro do egoísmo, que nos cega a cada vez que nos permitimos mergulhar dentro dele.
Graças a Deus.