Sessão de Boiadeiros do dia 02 de abril de 2016.


Mensagem do Caboclo Sete Flechas em sessão de Boiadeiros do dia 02 de abril de 2016.

 

Graças a Deus, que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde. Possam os filhos estarem, desde a vossa manhã, imbuídos com a vontade de aqui estarem e entrarem em contato com o que é sagrado e orientador.

Esta sintonia que os filhos buscam, muitos ilusoriamente pensam que basta acender um carvão aqui, botar umas contas coloridas no pescoço acolá, vestir uma roupa branca, tocar um tambor e toda a Aruanda está pronta para se derramar sobre vós, mas se esquecem e não percebem, em seu egoísmo e fome de facilidades, que tudo isto é envolvimento. Tudo isto faz parte daquilo que se chama ritual. Não só o ritual de uma defumação, de bater cabeça, mas o ritual interno da preparação de vossa consciência para o trabalho que executarão ou do qual participarão.

Para realmente se beneficiarem com tudo o que buscam, é necessário que internamente se coloquem nesta postura de recebimento e de auxílio. Não adianta largarem vossos lares ou vossos trabalhos ou vossos passeios onde poderiam estar para estarem aqui cumprindo uma obrigação; seja ela social ou religiosa. Não adianta estar aqui com vossos lares dentro da cabeça, com vosso trabalho nas costas, com vossos passeios e diversões distraindo vossas mentes. É necessário que estejam por inteiro onde que que se encontrem. Também não adianta abandonarem vosso compromisso religioso para estarem em um passeio e lá estarem cheios de culpa porque não estão aqui. Uma vez que optaram; abracem a opção e sejam felizes.

Não há pecado para Deus; o que existem são decisões. Não existe decisão errada, existe decisão tomada. Uma vez tomada e assumida, sigam com a vida e busquem a felicidade onde quer que estejam, pois se não estão aqui, podem ser úteis em vosso passeio, podem ser úteis em vossa casa, podem ser úteis onde quer que estejam. É importante que o ser humano sinta-se útil onde quer que ele esteja e não somente com sua roupa branca e seu pensamento em outro lugar.

É importante que se deem por inteiro para as pessoas com as quais convivem. Não se deem pela metade, não se deem por um quarto ou por um terço. Se deem em sua totalidade, porque é assim que conseguirão conquistar corações; é assim que conseguirão vossas metas que tanto querem. Muitas vezes querem um trabalho, mas só querem o salário e não querem os deveres e obrigações; muitas vezes querem uma família, filhos, mas só querem filhos para bater fotografias não querendo assumir a responsabilidade de educar e todo o ônus necessário à criação de bacuris, muitas vezes querem ter corre-corre[1] novo, mas não querem ter a responsabilidade da despesa que isto tem. Os filhos querem o que é belo, mas todo belo tem seu preço. É necessário ter responsabilidade de querer ser e conseguir compactuar com tudo que vem no mesmo acompanhamento dos prazeres que buscam.

Como já dito não existe decisão errada, existe decisão tomada e uma vez tomada; sejam felizes. Sejam felizes, sejam verdadeiros, sejam corajosos, tenham convicção, porque é isto que vai fazer com que criem alicerces sólidos de vossa identidade. Quantas vezes dizem que são, mas não o são; dizem que querem, mas não querem ou não querem e dizem que querem. Estão sempre em dicotomia, em separação entre o verdadeiro eu e o eu que demonstram para os outros e assim levem desilusão aos outros ou se desiludem, pois dão uma mensagem, mas na verdade querem receber outra resposta.

Se aqui estão, sejam felizes, entreguem-se aproveitem este momento que está preparado para todos que aqui estão de boa vontade. Que possam fazer de cada encontro com a espiritualidade, alavancas de vosso progresso. É importante aqui estarem realmente, praticarem o que escutam, praticarem o que aprendem, os filhos não são somente receptáculos. Tudo o que entra por vossos canais de sensação necessita ser escoado através do trabalho, de exemplificação e de doação, porque é assim que se mantém vivo o fluxo do aprendizado no mundo de vocês.

Graças a Deus.

[1] automóvel