Mensagem do Preto Velho Pai Joaquim das Almas ao final da sessão de Pretos Velhos do dia 12 de novembro de 2016.


Graças a Deus.

Finalizamos hoje os trabalhos com a gira de Velhos e só retornaremos a nos encontrar nessa vestimenta no próximo ano, mas de qualquer maneira filhos sabem que Velho tem suas outras vestimentas[1] e que permanece em sintonia com vocês e que nos veremos de outra forma ao ainda ao longo de nossos trabalhos do ano.

Então que este último encontro com seus mentores na linha de Pretos Velhos tenha sido a finalização de uma etapa, reconhecendo no trabalho com cada um, até onde os filhos podem seguir cooperando com eles e o quanto podem ser mais úteis para eles. Todo trabalho mediúnico é um trabalho não só para o chefe de um terreiro, o trabalho mediúnico é principalmente um trabalho íntimo de cada médium com o seu Mentor.

Que filhos possam se desvencilhar da distância que muitas das vezes se impõe entre o médium e seu guia, numa cerimônia excessiva que escurece e que embaça o trabalho. É necessário ter para com vossos mentores o mesmo carinho, a mesma intimidade que filhos têm para com seus comandantes, porque em primeira instância é vosso mentor quem vos atende, quem vos responde as necessidades. Então que possam agradecer pela presença deles em vossas vidas. Que possam seguir, se permitindo este entrosamento, porque este entrosamento depende muito mais da vossa abertura do que da abertura do guia.

Tal qual um pai ou uma mãe que tem um filho pequeno, o filho não fala ainda a vossa língua, o filho é só sensações, é só necessidades de ser alimentado, de ser limpo, de ser cuidado. A mãe e o pai estão ali muito mais íntimos do filho do que o filho é deles. Ele nem sabe seus nomes, tão somente sabe que é cuidado. Na medida em que o tempo passa o filho começa a falar o nome, a chamar pelo pai e pela mãe, a ficar mais independente, mas ainda necessita de orientação, de cuidado, de carinho. E ali estão o pai e a mãe o orientando, e o filho vai crescendo, vai tomando consciência de si, tomando ciência de suas potencialidades, mas segue o pai e a mãe orientando, dando estudo. Chega o momento em que o filho vira adolescente, muitas vezes se rebela, fica de má vontade, não quer mais saber de escutar conselhos de pai, mas o pai e a mãe seguem ali. Até que o filho cresce, assume responsabilidades, também vira pai e começa a entender tudo que seus pais viveram para cuidar dele.

A mesma coisa são os vossos mentores. Ao se aproximarem do médium, o médium é só necessidades, é só pedidos, só sabe pedir, pedir, querer, querer… Na medida em que o médium vai se permitindo crescer, vai se tornando mais íntimo de seu guia, assim como a criança fica do seu pai e de sua mãe. Então pais e mães ao longo do crescimento do filho vão tendo com ele vários tipos de assuntos. Quando é filho pequeno só conta história pra dormir, quando o filho vai crescendo, começa a pedir responsabilidade do colégio, até que mais tarde começam a dialogar como adultos dividindo muitas vezes confidências.

A mesma coisa é com vossos mentores. Vossos mentores primeiro cuidam de vossas necessidades, de vossas dúvidas, de vossos anseios, muitas vezes infantis, não é assim? Mas na medida em que o médium cresce, que se aprimora, que se permite, começa a ser um cooperador de seu guia, dialoga com ele de igual para igual. É isso que cada guia espera de seu médium: é essa intimidade.

Então que filhos se permitam tudo isso. Que vosso amadurecimento lhes dê cada vez mais a consciência de vossa capacidade de crescimento. Tudo aquilo que fizemos até agora foi um exercício de tudo isso. Que filhos possam se permitir exercitarem exercícios ainda mais complexos, mas nem por isso difíceis e impossíveis.  E todos eles trazendo a felicidade do servir e do crescer.

Graças a Deus.

[1] Pai Joaquim e o Caboclo Sete Montanhas são o mesmo espírito. Representam encarnações diferentes da mesma entidade.