Mensagem do caboclo Sete Montanhas em sessão de Exus do dia 11 de maio de 2024.


Graças a Deus.

Que a paz de Nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos nesta tarde em que se reúnem, em nome de Jesus, para mais uma prática mediúnica dentro do ritual escolhido por vocês, dentro do nosso ritual de uma casa de Umbanda onde lidamos com as energias da natureza, através das divindades africanas. A busca da comunhão de vocês com o mundo espiritual, e a mediunidade lhes propicia isso.

Que a vossa permissão seja equiparada, em sintonia, com vossa capacidade de entendimento para que efetivamente façam bom uso do tempo que vivem conosco aqui dentro e também do aprendizado que vão acumulando ao longo de vossas experiências.

O lidar com a espiritualidade requer a simplicidade que todo relacionamento requer. Quando colocamos muita distância entre nós e as pessoas, excessivas cerimônias ou, ao mesmo tempo, excessivo contato; o relacionamento raramente se dá de uma maneira saudável ou efetiva. É preciso o equilíbrio para que possamos à distância justa e necessária não nos confundirmos demais com o outro e ao mesmo tempo não distanciar-mo-nos tanto a ponto de ser impossível o entendimento.

Da mesma forma é a vossa lida com a espiritualidade. Não podemos a todo momento estar em contato excessivo, exercitando o contato mediúnico e excitando o sistema nervoso, porque o homem precisa, em um momento, ser quem ele é e ver quem ele é, ter as suas atividades, ter as suas próprias responsabilidades pelo o que faz e pelo o que fala e entender que nem tudo é mediunidade, nem tudo é santo, nem tudo é terreiro. Existe um momento da vida em que a vida material precisa sim ser vivida, responsabilidades assumidas e assim vamos tendo exemplos, orientações, mas a vida do médium é ele que vive.

Então que possamos sair de trás das entidades, dos orixás e passarmos a ter respeito para conosco; honrar o nosso passado e a nossa história para vivermos quem precisamos viver com a orientação. O caminho já foi dado pelo próprio Jesus, e por cada uma das entidades que vocês mesmos veiculam, exemplo de humildade, de força e de perseverança, de altruísmo, mas este exercício é cada um que precisa vivenciar e ter. Ao mesmo tempo não podemos ter uma distância tão grande a ponto de ser impossível alcançar o caminho que essas entidades caminharam. Então precisamos ver todas as entidades e a mediunidade em um processo muito natural de seres humanos que apenas não têm corpos; uma comunicação saudável e efetiva para que possamos ter a naturalidade em tudo que fazemos. 

Que possamos entender que lidar com a mediunidade é lidar tão somente com mais uma sensibilidade e não sermos efetivamente poderosos, aclamados, reconhecidos pelas ferramentas de que dispomos. Lembrando que quanto maior é vossa responsabilidade, maior é vosso carma. Quanto mais poderes vamos assumindo, mais pesada fica a bagagem e mais contas temos que dar. Então que aprendamos a lidar com o pouco que temos e o pouco que temos é o suficiente para crescermos, aprendermos e sermos felizes. O pouco que temos é aquela justa medida que precisamos para que nossa máquina funcione e, na medida em que nos esforcemos, vamos conhecendo mais, sendo mais capazes; o treino nos habilita a viagens maiores e o lidar com a espiritualidade sadia também requer de todos nós a responsabilidade pela nossa postura diante da vida, do exemplo que temos a dar para aqueles que nos observam. Porque médiuns sim formam opiniões, são visados pelo que fazem para que possam seguir sendo exemplo, principalmente pela conduta da sua língua, pela conduta das palavras que profere, por aquilo que exemplifica através do verbo que dissemina no mundo. 

É uma grande responsabilidade do médium as palavras que profere. Sejam elas palavras de bênçãos, sejam elas palavras de orientação, sejam elas os impropérios, as pragas e maldições, porque a força do pensamento aliada à força da emoção traz para o médium a responsabilidade daquilo que ele veicula e ele responderá por tudo aquilo que ele for capaz de manipular. Então que os médiuns possam entender e responsabilizarem-se pelas energias que manipulam mesmo que não vão em um local e façam manipulação material de energias, mas o pensamento e a palavra simples movidos pela emoção traz para o médium o peso da sua responsabilidade. Muito cuidado com o que pedem porque podem ser atendidos. Muito cuidado com o que desejam porque podem ser atendidos. 

Então que a responsabilidade recaia sobre vocês tal qual a história da senhora que se desentendeu e se entristeceu com as palavras de seu rei e saiu pelo reino espalhando impropérios e mentiras e pragas e maldições a quem quisesse ouvir. Foi chamada para que pudesse explicar porque estava espalhando inverdades e esta então esclareceu a sua desilusão, sua raiva. Mas lhe foi dito: “Independente disto falhaste com a tua palavra, falhaste com teu compromisso de falar a verdade e não aumentar a insatisfação e distorcer a imagem de uma pessoa. Sua sentença será escrever nesta folha de papel tudo que falaste a respeito de seu rei. Esta escreveu tudo aquilo e pensou que já era realizada a sua sentença e ele disse: “Agora que escreveste tudo que verbalizastes picarás este papel de tamanho tal que cada pedacinho caiba debaixo de um grão de feijão. Ela picou cada papel, media com grão de feijão cada pedaço que pudesse caber debaixo daquele grão de feijão.  E ele disse: “Agora irás a todo os cantos do reino aonde maldisseste o rei e espalharás estes papeis. E ela foi no campo, ela foi na mata, ela foi na cidade, em cada canto do reino em que disseminou a inverdade ela espalhou os pedaços de papel que cabiam debaixo de um grão de feijão. Retornou ao juiz pensando que estava feita a sua sentença, ele disse: “Agora retornarás a cada canto onde disseminastes as inverdades e recolherás todos os papeis para que possa remontar a folha que foi picotada. Ela disse “É impossível. Impossível porque o vento levou, a água desfez, os pássaros espalharam, não tenho mais como fazer novamente aquela folha de papel. Ele disse: “Assim fizeste tu com a reputação de uma pessoa. O mal que fizestes é incapaz de ser desfeito. Tamanha é responsabilidade da palavra mau utilizada.

Então que cada um presente possa responsabilizar-se pelas palavras que saem de vossas bocas, pelos pensamentos que saem de vossas cabeças, porque estas estão no plano astral fazendo o estrago ou a benção que precisa ser feita. E que a responsabilidade recaia a quem tiver que ser.

Graças a Deus.