Mensagem de D. Molambo em sessão de Exus do dia 24 de fevereiro de 2024.


Muito bem-vindos ao início efetivo de nossos trabalhos. Que estejam todos aptos ao aprendizado; engajados e comprometidos.

Nos preocupa muito o excesso da curiosidade e é por isso que, além do ano do comprometimento, o nosso ano de trabalho será o ano da capacitação. Porque se queremos pessoas que nos ajudem, precisamos capacitá-las ao trabalho, fazendo-as úteis naquilo que elas podem fazer, ensinando aquilo que elas podem vir a fazer no futuro para que possam entender que não existem segredos nem orôs, quando existe a boa vontade real e o adequar-se a seu tempo e à sua capacidade. Então que estejamos prontos para sermos úteis e com os corações abertos dando boas vindas a tudo que chega como orientação baseada na realidade.

Então convidamos todos a deixarem, neste momento, a bagagem da mágoa, a bagagem do remorso, a bagagem da inadequação de lado, porque a inadequação e a mágoa provém de quando eu não estou cumprindo o meu papel.

Existe algo chamado coragem moral e a coragem moral é a coragem de fazer o que é certo, o que é justo. É não calar-se diante do erro, principalmente do próprio. Uma vez diante de algo errado que fere os valores nobres da humanidade me colocar orientando a despeito se rirão, se falarão mal de mim ou não, porque a coragem moral exige que eu viva e aja corretamente; porque quando eu me calo diante do erro e da injustiça eu sou conivente com o erro e com a injustiça.

E se eu louvo um Orixá, seja ele qual for, ele representa a verdade, a justiça, a paz, a fraternidade acima de tudo. Então se é isso que busco para minha vida, não posso praticar isso dentro da minha casa, dentro do meu caminhar e nem ser coadjuvante de atos e de momentos em que exponho o semelhante em situações vexaminosas ou eu mesmo me locupletar com a derrota e com o sofrimento alheio. Eu preciso, uma vez que sou um sacerdote, um veículo de uma força divina, eu preciso estar alinhado com esses valores, porque eles serão cobrados pelo tribunal da minha consciência.

Então que cada médium abrace a missão e veja que o mediunato vai além de uma roupa branca impecável, do excesso de guias no pescoço e de palavras belas diante de seu consulente ou de seu público; mas ele vai principalmente encontrar a sua base, a sua raiz, o seu alimento, nas ações corretas, no pensamento e na consciência tranquila.

Não existe travesseiro mais aconchegante do que a consciência tranquila de tudo aquilo que eu vivi, eu vivi bem e pratiquei e lutei o bom combate, para que então minha vida seja plena e válida e ao olhar para traz no tempo eu possa honrar tudo aquilo que eu vivi, meu antepassado, minha mediunidade, meu orixá e meu templo. Então que cada médium filho de Magdalena possa, a partir desse momento, estar irmanado com aquilo que é justo e que é correto, que a coragem moral exige para que sejamos dignos de aqui estarmos praticantes de nossa fé.

Graças a Deus.